Grandes obras são "incompatíveis" com Protocolo de Quioto, diz a Quercus

222993_clma.jpg
As grandes obras públicas vão provocar volumes acrescidos de emissões
As grandes obras públicas anunciadas pelo Governo são incompatíveis com o cumprimento do protocolo de Quioto e Portugal ver-se-á obrigado a comprar créditos de poluição para atingir aquele objectivo até 2012.

A denúncia é da associação ambientalista Quercus, que considera haver uma contradição entre o discurso oficial a favor de uma gestão racional dos recursos energéticos e os planos no sector dos transportes que constituem uma fonte de elevadas emissões de dióxido de carbono. "Não conseguimos perceber o que quer o Governo fazer para lidar com o aquecimento global e o efeito de estufa", disse ao PÚBLICO Francisco Ferreira, dirigente da Quercus.

O novo aeroporto, o comboio de alta velocidade, a terceira travessia do Tejo em Chelas e as novas auto-estradas são grandes obras que, na opinião da Quercus, irão incrementar consumos energéticos e, consequentemente, provocar volumes acrescidos de emissões poluentes. Esta realidade, diz Francisco Ferreira, é "incompatível" com a redução do volume de gases com efeito de estufa que Portugal será autorizado a emitir até 2020, que será divulgada amanhã pela Comissão Europeia.

O que preocupa mais a Quercus é que, mesmo sem esta última medida, a execução das medidas sectoriais destinadas a assegurar o cumprimento do Protocolo já era avaliada há um ano de forma muito crítica:

"Há uma derrapagem média de 5,8 milhões de toneladas por ano de CO2 equivalente (unidade que integra os diferentes gases considerados no Protocolo) entre 2008 e 2012. Tal significa cerca de 6 por cento acima dos 27 por cento permitidos e obrigará a medidas internas extraordinárias (...) ou ao recurso aos mecanismos previstos no Protocolo de Quioto de compra de emissões ou de desenvolvimento de projectos associados à redução de emissões noutros países."

Fonte: Publico Online

0 comentários: