Plano de eficiência energética com «boas ideias» para explorar








Mais do que o impacto que possam ter na redução do consumo de energia, muitas das medidas previstas no Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética têm de ser encaradas do ponto de vista da sua capacidade para induzir comportamentos. Quem o diz é António Sá da Costa, presidente da Associação Portuguesa das Energias Renováveis (Apren).

Por exemplo, o plano pretende que 75 mil lares sejam electroprodutores, atingindo uma potência instalada de 165 MW. Ora, «esta meta é interessante, mas não representará mais do que 3 por cento da potência instalada na eólica. De qualquer modo, uma pessoa que instale painéis solares na sua casa pode tentar aproveitar as receitas que obtiver para aplicar em medidas de eficiência energética», salienta Sá da Costa, para quem o plano apresenta boas ideias para serem exploradas.

Para Luís Ribeiro, director comercial da Ewen, o documento «demonstra a vontade do poder político em se manter na vanguarda europeia da eficiência energética». No entanto, medidas como o cheque eficiência (prémio por redução efectiva do consumo de electricidade) ou o Programa Renove +, que é aplicado na troca de um electrodoméstico mais antigo por outro mais eficiente, poderão não ser suficientes para estimular a mudança de comportamentos. «As alterações comportamentais terão reflexo apenas num prazo bastante dilatado e de difícil quantificação», refere o responsável da Ewen, empresa que promove a redução dos custos energéticos em instalações industriais, comerciais ou residenciais.

Do seu ponto de vista, a área industrial tem um efeito de escala «que permitiria atingir os objectivos estipulados de uma forma mais rápida, mas nesse caso seria necessário apresentar às empresas condições de financiamento orientadas para projectos de eficiência e racionalização energética mais atraentes, por forma a permitir reduzir os prazos de retorno desses investimentos».

Fonte: Ambiente Online

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