ITER vai realizar primeiro teste com hidrogénio em 2019

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Primeiros testes do Reactor Experimental de Fusão Nuclear (ITER) vão utilizar hidrogénio, porque é limpo, permite flexibilidade no trabalho de investigação e não é radioactivo. Entre 2024 e 2026 começam as experiências com combustível real. (Veja o vídeo no final do artigo)

Faltam nove anos para a realização dos primeiros testes do ITER, o Reactor Experimental de Fusão Nuclear , actualmente em construção em França. O hidrogénio - não radioactivo, limpo e flexível no trabalho de investigação - vai ser a fonte utilizada em 2019, estando previstas as provas com combustível real e radioactivo, que determinará a viabilidade efectiva do ITER, entre 2024 e 2026.

O projecto pretende "reproduzir o Sol na Terra, com o objectivo de ter uma energia limpa, inesgotável, segura, amiga do ambiente e economicamente atractiva", resumiu Carlos Varandas, presidente do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), associado do projecto ITER. Se nove anos é muito tempo? "É muito pouco tempo, para nós é a mesma coisa que amanhã", disse o director geral do ITER, Osuma Motojima , à margem do 26º Simpósio em Tecnologias de Fusão, SOFT 2010 , que decorre até ao dia 1 de Outubro na Alfândega do Porto. Pouco tempo porque Motojima acredita estar a construir um "projecto que pode contribuir para a paz no mundo" e que, por agora, conseguiu já a proeza de juntar Europa, EUA, China, Japão, Federação Russa, Coreia e Índia em torno de um mesmo objectivo.

A fusão nuclear obedece a um princípio simples: pega em átomos muito leves - hidrogénio e os seus isótopos, deutério e trítio - e fá-los fundir. Dessa fusão nasce um elemento com uma massa menor; os produtos das reacções perdem massa e libertam energia, que é usada para aquecer água, transformá-la em vapor de água, fazer mover a turbina e produzir electricidade. É uma energia que não produz resíduos radioactivos e que, potencialmente, pode gerar bastante energia a partir de pequenas quantidades de combustível.

Parece a solução ideal para um dos grandes problemas do planeta - o fornecimento de energia. Mas há um desafio enorme pela frente: o de tornar o ITER economicamente atractivo. É que, para já, "as fusões realizadas não conseguiram um ganho de energia", explicou Carlos Varandas, acrescentando que é preciso "conseguir uma amplificação de energia entre 5 e 10 para que o ITER seja comercialmente atractivo".

Europa é o principal investidor

Há esperança de resolver este problema. E o investimento da Europa - 6,6 mil milhões de euros, três vezes mais do que o inicialmente previsto - é uma prova de que está a ser dado crédito ao projecto. Um investimento que, realça Carlos Varandas, não é de "dinheiro vivo" e que se realiza durante os próximos 20 anos, aproximadamente: "Os 6,6 mil milhões de euros correspondem essencialmente a salários de pessoal e componentes, apenas 5 a 8% corresponde a dinheiro vivo".

Se o projecto tiver o sucesso esperado, terá ainda de ser construída uma máquina que transforme em electricidade a energia térmica de fusão. "Não é um processo complicado", garante o especialista, "é um processo semelhante ao das centrais térmicas, por exemplo". E tal investimento não representa um custo adicional para o Governo: "Em teoria, não fazemos investimentos directos no ITER, fazendo parte da Euratom teremos esses privilégios automaticamente".

"O nuclear é como o défice, um tabu que precisa de ser desmistificado". A afirmação é do presidente do IPFN, que acredita que é preciso "reabrir o debate sobre o nuclear" em Portugal. "A prioridade devem ser as renováveis, mas não concebo o futuro sem centrais nucleares", afirmou. É que o aumento do preço do petróleo já tornou necessário o "lançamento de uma nova geração de reactores de fissão nuclear, os da Geração 3, tão seguros como uma central térmica ou hidroeléctrica".





Fonte:Expresso

A tempestade que chegou ao negócio das renováveis

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As dificuldades de acesso ao crédito também assolou o sector, numa fase em que enfrenta novos desafios.

Apesar dos ventos favoráveis que têm impulsionado o forte crescimento da energia eólica em Portugal, o sector não conseguiu escapar à crise financeira e às dificuldades de acesso ao crédito que afectam a economia em geral.

"A banca está a exigir que os projectos tenham mais capitais próprios dos accionistas. Ainda há algum tempo não ia além dos 10%, agora chega a atingir os 30%", revela o presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Energia Renovável (APREN), António Sá da Costa.
Um cenário a que se alia outro tipo de exigência, de acordo com o mesmo responsável: os projectos passaram a ser escrutinados com muito maior detalhe.

Acabou assim a época em que as instituições financeiras eram sedutoras incansáveis e os promotores de energias renováveis um alvo preferencial de namoro.
Fonte: Económico

Novo projecto de energia das ondas em Portugal

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Investimento de 8,1 milhões de euros tem que ter localização definida até final de Novembro ou corre o risco de sair do País.
O consórcio europeu Standpoint, liderado pela irlandesa Wavebob e  em que participa também o grupo português Generg, está a finalizar a  escolha do local na costa portuguesa para a instalação de um conversor  da energia das ondas. Segundo avançou ao DN o secretário-geral da Generg, Ricardo Jesus, a decisão terá que ser tomada até ao final de Novembro, de forma a permitir cumprir o calendário do projecto, que envolve um investimento de 8,1 milhões de euros, dos quais 5,1 milhões correspondem a fundos comunitários.
O sistema de aproveitamento energético a partir do movimento das ondas do mar que será utilizado tem por base um conversor WEC (wave energy convertor), que a Wavebob está  a desenvolver há 10 anos na Irlanda  e já conta com testes de mar desde 2006. "Mas a uma escala menor, e o  protótipo que se pretende instalar na costa portuguesa é à escala real", explicou Ricardo Jesus, acrescentando que o objectivo é ter o equipamento na água no final de 2011, para ser testado durante um ano.
A escolha do local é fundamental para o êxito do projecto, sendo a zona piloto criada pelo Governo, perto da Nazaré, a preferida. Mas "uma segunda zona, perto do Porto,  está também a ser estudada, pois é essencial ter o local definido  em Novembro", salientou Ricardo Jesus, que não gostaria de ver o projecto ir para outro país.  Reino Unido, Irlanda e Espanha são potenciais segundas escolhas.
Além da Wavebob e da Generg, participam no consórcio também a sueca Vattenfall e as alemãs Germanischer Lloyd e Hydac System.

Energia geotérmica

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Transístor de grafeno bate recorde mundial de velocidade

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Transístor de grafeno

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, superaram algumas das dificuldades técnicas para lidar com o material mais promissor do momento, o suficiente para construir o transístor de grafeno mais rápido já fabricado até agora.

Detentor do recorde de mobilidade de cargas elétricas entre todos os materiais conhecidos - a velocidade na qual a informação eletrônica é transmitida através de um material - o grafeno é um excelente candidato para a fabricação de equipamentos eletrônicos de alta velocidade.

Mas as técnicas tradicionais para fabricar transístor a partir das folhas de grafeno geralmente produzem um material de qualidade bastante aquém do seu potencial teórico.

Auto-alinhamento

A equipe do professor Xiangfeng Duan melhorou significativamente a qualidade dos transistores de grafeno criando um novo processo de fabricação que usa um nanofio como guia para o alinhamento das "pernas" do transístor.

O auto-alinhamento é um elemento chave na criação de nanotransistores porque, com a diminuição das dimensões do componente, é cada vez mais difícil fazer com que as portas do componente não fiquem desalinhadas - as portas são os conectores que permitem interligar os transistores ao restante do circuito.

"Esta nova estratégia supera duas limitações encontradas anteriormente em transistores de grafeno", explica Duan. "Primeiro, ela não gera quaisquer defeitos significativos no grafeno durante a fabricação, de forma que a mobilidade das portadoras de carga se mantém. Em segundo lugar, usando uma abordagem de auto-alinhamento com um nanofio como porta superou as dificuldades de alinhamento anteriormente encontradas, permitindo fabricar componentes com canais muito curtos, com um desempenho sem precedentes."

Transístor de grafeno mais rápido do mundo

Os avanços permitiram a fabricação de transistores de grafeno que operam com uma frequência de corte de até 300 GHz - comparável à velocidade dos melhores transistores do momento, feitos de arseneto de gálio ou fosfeto de índio.

A diferença é que, como o grafeno tem uma mobilidade de cargas muito superior à destes materiais semicondutores de alto desempenho, há muito espaço para sua otimização - os pesquisadores acreditam ser possível chegar na faixa dos terahertz.

Para se ter uma ideia do avanço, em 2008 a IBM ganhou as manchetes dos jornais ao apresentar um transístor de grafeno que chaveava a uma velocidade de 26 GHz - veja IBM constrói transístor de grafeno mais rápido do mundo.

Fonte: Inovação Tecnológica

Cientistas britânicos produzem eletricidade a partir da urina

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Cientistas britânicos das universidades de Heriot-Watt (Edimburgo) e de St. Andrews (Escócia), desenvolveram uma célula de combustível que produz eletricidade diretamente da urina, a partir da ureia.

O processo de produção não precisa da aplicação de voltagem para separar a ureia mas apenas de um elétrodo de baixo custo, que faz com que a reação química aconteça espontaneamente. Segundo a revista britânica "New Scientist", os detalhes técnicos deste elétrodo são por enquanto secretos.

Shanwen Tao, o cientista que lidera este projeto, calcula que cada adulto produza anualmente urina suficiente para um automóvel andar 2700 km, devido à energia que a ureia contém. A ureia representa cerca de 2% do peso da urina.
Um dos resíduos mais abundantes da Terra

A urina é um dos resíduos mais abundantes na Terra: os quase sete mil milhões de habitantes do planeta produzem dez mil milhões de litros por dia. Se adicionarmos a produção dos animais criados pela indústria pecuária, este número é várias vezes superior.

Mas depurar a urina nas estações de tratamento de esgotos, de modo a evitar a contaminação dos rios, mares e ecossistemas, é um processo que exige avultados recursos financeiros e que consome muita energia.

A nova tecnologia poderá vir a ter no futuro uma grande diversidade de aplicações, não apenas nos automóveis mas também no fornecimento de eletricidade aos edifícios de escritórios e das explorações agropecuárias, ou a aparelhos de rádio e telemóveis em regiões remotas.
Automóveis: rede de estações de serviço já existe na Europa

Curiosamente, já existe na Europa (tal como em vários países da Ásia) uma rede de mais de 6.000 estações de serviço que vendem combustível com 32,5% de ureia para abastecer camiões e autocarros a diesel, no âmbito de um diretiva europeia que entrou em vigor em 2006 destinada a minimizar o impacto ambiental da combustão do diesel. Isto significa que "a infraestrutura já está montada", salienta Shanwen Tao.

Há ainda outras tecnologias que estão neste momento a ser testadas. Na Universidade de Ohio, em Athens (EUA), os cientistas estão a fabricar hidrogénio a partir da urina usando células eletrolíticas. E na Universidade do Estado da Pensilvânia, em University Park, a aposta vai para a produção de energia a partir de bactérias.

Os efluentes dos esgotos contêm bactérias e matéria orgânica, e quando as bactérias a consomem produzem eletrões que se combinam com o oxigénio. Se este processo acontece em reservatórios sem oxigénio, os eletrões podem ser aproveitados para a produção de eletricidade. 

Fonte: Expresso