A proposta é provavelmente o maior projeto de engenharia já concebido pelo homem: represar o Mar Vermelho, eliminando a sua comunicação com os outros oceanos da Terra, para construir uma represa capaz de gerar 50 gigawatts de eletricidade por meio de um processo chamado helio-hidroelectricidade.
Represa do Mar Vermelho
A represa formaria uma barreira que eliminaria o influxo de água do oceano para o Mar Vermelho. A barragem exigirá a construção de um muro de 100 quilómetros de comprimento e 150 metros de altura, ligando a Eritréia ao Yemen.
Depois que a represa fosse fechada, a evaporação natural faria com que o nível do Mar Vermelho baixasse em 100 metros. Depois de três séculos, quando então teria sido transformado numa enorme piscina de água super salgada, o "novo" Mar Vermelho faria a extinção do Mar de Aral parecer o esvaziamento de um tanque de lavar roupas.
A diferença de altitude entre a superfície do Oceano Índico e a do Mar Vermelho seria aproveitada para gerar até 50 gigawatts de electricidade. Como o Mar Vermelho possui um altíssimo índice de evaporação, a água que entrasse e movimentasse as turbinas evaporaria constantemente, mantendo o desnível e permitindo a geração continuada de energia. É por causa do papel essencial que a evaporação desempenha no projeto que os engenheiros chamam essa forma particular de geração de energia de helio-hidroelectricidade.
Impactos globais
"Um projeto destes irá afetar dramaticamente a região em termos económicos, políticos e ecológicos, e seus efeitos poderão ser sentidos bem além dos limites físicos e políticos do projecto," afirma Roelof Dirk Schuiling, um dos autores de um estudo que acaba de ser publicado e discute os diversos impactos da eventual construção da já batizada represa de Bab-al-Mandab - o nome do estreito que liga o Mar Vermelho ao Oceano Índico.
Os cientistas destacam que o custo e o tempo envolvido na criação de uma central hidroelétrica como a de Bab-al-Mandab estão muito além das considerações meramente econômicas. Um projeto de macro-engenharia dessa magnitude certamente terá impactos que não podem ser totalmente previstos, podendo devastar ecossistemas inteiros. Ver notícia completa -->
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