Portugal já atingiu meta europeia de electricidade com fontes renováveis


O ex-eurodeputado e empresário Carlos Pimenta sustentou hoje que Portugal, que em 2009 terá um amplo complexo fabril de equipamentos eólicos, já alcançou a meta europeia de consumo de electricidade produzida com fontes de energia "limpas".

Em declarações à Agência Lusa, Carlos Pimenta explicou que uma directiva europeia de 2001 determinou que, em 2010, a electricidade consumida nos Estados-membros seja produzida em 39 por cento por fontes de energia alternativas (água, vento, sol, biomassa...).

"Portugal não só ganhou esta aposta como vai ultrapassá-la face aos projectos concretos em curso e previstos para 2009 e 2010 [em termos de construção de parques eólicos]", defendeu o empresário ligado ao sector.


O ex-secretário de Estado do Ambiente falava à Lusa no dia em que o primeiro-ministro, José Sócrates, abordará a política de energia no debate quinzenal da Assembleia da República.

Carlos Pimenta apontou que, nos últimos cinco anos, Portugal investiu mais de três mil milhões de euros na construção de parques eólicos, estimando-se para este ano investimentos de mais de mil milhões de euros.


O ambientalista adiantou que, no próximo ano, deverá começar a funcionar um complexo de 19 fábricas, com sede em Viana do Castelo, que produzirá equipamentos eólicos para os mercados interno e externo.

O projecto, que envolve o maior fabricante de tecnologia eólica do mundo, de origem alemã, e 29 empresas associadas, incluindo a EDP, permitirá, depois de todo construído, a exportação de equipamentos da última geração, gerando uma receita de mais de 300 milhões de euros anuais.


Actualmente, existem duas fábricas a laborar em Viana do Castelo, que terão ramificações para outras zonas do Norte e Centro do país.

Segundo Carlos Pimenta, serão criados dois mil postos de trabalho directos e oito mil indirectos na chamada "Autoeuropa do Vento", numa analogia à fábrica de automóveis da Volkswagen de Palmela.

O empresário referiu que uma nova directiva europeia fixou para 2020 que 20 por cento da totalidade da energia consumida nos Estados-membros seja produzida por fontes renováveis.


"É um desafio mais difícil, que vai implicar uma revolução no sector a partir de 2010", vaticinou, ressalvando que a meta abrange todo o tipo de energia consumida, para além da electricidade.

Questionado sobre se Portugal está preparado para responder a este desafio, Carlos Pimenta respondeu que "é possível ganhá-lo" se for encarado como "um grande objectivo económico".

"Portugal tem potencial. O sector eólico foi um bom agoiro. Agora, é preciso replicar na energia solar", exemplificou, notando que no "Chipre não há casa sem painel solar".

O antigo eurodeputado salientou, face às alterações climáticas e ao aumento do preço dos combustíveis, que as fontes "limpas" têm quatro vantagens: "produzem energia, poupam importações, geram emprego e são boas para o ambiente".


Fonte: Lusa

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