Primeiro foram as eléctricas a investirem nas telecomunicações. Mas os tempos mudaram e novas tendências se impuseram. O negócio da comercialização de energia está agora a despertar o apetite de empresas como a Portugal Telecom (PT) e a Sonaecom.
O Diário Económico sabe que as duas operadoras têm vindo a estudar esta oportunidade, embora os projectos estejam ainda longe de passar à fase de concretização.
A aproximação aos grupos eléctricos surge na sequência da liberalização total deste mercado e numa altura em que o sector das telecomunicações está a sofrer profundas alterações, com o aumento da concorrência e a convergência de produtos. O que na prática significa que a evolução tecnológica permite hoje a oferta de serviços móveis e fixos, independentemente do equipamento utilizado.
A grande mais valia dos operadores de telecomunicações neste processo é a sua vasta carteira de clientes.
O presidente da Sodesa, uma ‘joint-venture’ entre a Sonae e a Endesa, revela que este dossier está a ser equacionado relativamente à Novis e à Optimus. Francisco Rueda realça, porém, que não há ainda condições no mercado eléctrico para avançar. Ou seja, os mecanismos de preço não garantem tarifas competitivas e também não há flexibilidade no fornecimento de electricidade. Mas uma coisa é certa: se conseguirem entrar no segmento dos domésticos, esta possibilidade volta a colocar-se.
No caso da PT a ideia da aproximação às empresas de electricidade surgiu ainda durante o mandato de Miguel Horta e Costa. O tema chegou a a ser aflorado no âmbito da comissão estratégica e do conselho consultivo da operadora nacional. No entanto, o processo não foi além da mera reflexão e não chegou à fase de elaboração de quaisquer estudo de viabilidade. Nessa altura, em meados de 2005, a Oni ponderava avançar com o seu projecto de ‘power line’. Tecnologia que consistia na oferta de telecomunicações através da rede eléctrica da EDP, a principal accionista da Oni.
A ideia estava, no entanto, lançada e a PT foi contactada por uma empresa eléctrica estrangeira que lhe garantiria o acesso ao fornecimento de energia.
Actualmente, fontes do sector defendem que a energia pode reforçar a base de clientes da operadora numa altura em que a PT vai perde a PT Multimédia (PTM). Com a conclusão do ‘spin-off’, no fim do mês, a PT está a começar uma nova etapa de vida. Mas apostar numa estratégia a solo implica, no imediato, abrir mão dos cerca de 1,4 milhões de clientes de televisão por subscrição. Para compensar essa potencial perda e manter a liderança do mercado, a PT vai ter que se reinventar. Mas partirá sempre em vantagem para o futuro. É a operadora histórica, detentora da infra-estrutura básica de rede fixa. Detém ainda a maior empresa móvel do País e uma capitalização bolsista de mais de dez mil milhões de euros. Para além disto, conta com uma significativa carteira de activos no mercado internacional. Mas nem tudo são vantagens.
A necessidade de revigorar a operação fixa, de forma a ir além da voz e da internet, resultou na recente oferta do serviço de ‘triple play’ (voz, internet e televisão), já para não falar das pressões regulatórias. Na operação móvel vai continuar a contar com uma concorrência renhida. E, a nível internacional, os negócios têm que ser bem ponderados para conseguirem o apoio dos accionistas. A PT diz “que o tema da energia não está, nem estive em cima da mesa”. -->Ler maisO Diário Económico sabe que as duas operadoras têm vindo a estudar esta oportunidade, embora os projectos estejam ainda longe de passar à fase de concretização.
A aproximação aos grupos eléctricos surge na sequência da liberalização total deste mercado e numa altura em que o sector das telecomunicações está a sofrer profundas alterações, com o aumento da concorrência e a convergência de produtos. O que na prática significa que a evolução tecnológica permite hoje a oferta de serviços móveis e fixos, independentemente do equipamento utilizado.
A grande mais valia dos operadores de telecomunicações neste processo é a sua vasta carteira de clientes.
O presidente da Sodesa, uma ‘joint-venture’ entre a Sonae e a Endesa, revela que este dossier está a ser equacionado relativamente à Novis e à Optimus. Francisco Rueda realça, porém, que não há ainda condições no mercado eléctrico para avançar. Ou seja, os mecanismos de preço não garantem tarifas competitivas e também não há flexibilidade no fornecimento de electricidade. Mas uma coisa é certa: se conseguirem entrar no segmento dos domésticos, esta possibilidade volta a colocar-se.
No caso da PT a ideia da aproximação às empresas de electricidade surgiu ainda durante o mandato de Miguel Horta e Costa. O tema chegou a a ser aflorado no âmbito da comissão estratégica e do conselho consultivo da operadora nacional. No entanto, o processo não foi além da mera reflexão e não chegou à fase de elaboração de quaisquer estudo de viabilidade. Nessa altura, em meados de 2005, a Oni ponderava avançar com o seu projecto de ‘power line’. Tecnologia que consistia na oferta de telecomunicações através da rede eléctrica da EDP, a principal accionista da Oni.
A ideia estava, no entanto, lançada e a PT foi contactada por uma empresa eléctrica estrangeira que lhe garantiria o acesso ao fornecimento de energia.
Actualmente, fontes do sector defendem que a energia pode reforçar a base de clientes da operadora numa altura em que a PT vai perde a PT Multimédia (PTM). Com a conclusão do ‘spin-off’, no fim do mês, a PT está a começar uma nova etapa de vida. Mas apostar numa estratégia a solo implica, no imediato, abrir mão dos cerca de 1,4 milhões de clientes de televisão por subscrição. Para compensar essa potencial perda e manter a liderança do mercado, a PT vai ter que se reinventar. Mas partirá sempre em vantagem para o futuro. É a operadora histórica, detentora da infra-estrutura básica de rede fixa. Detém ainda a maior empresa móvel do País e uma capitalização bolsista de mais de dez mil milhões de euros. Para além disto, conta com uma significativa carteira de activos no mercado internacional. Mas nem tudo são vantagens.
Fonte: Diário Económico
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